A partir do conceito de lakou, em contextos rurais haitianos, e de suas características, farei uma reflexão sobre estudos realizados no Haiti em meados do século XX, em busca do que se compreendia como família e casa nesses trabalhos. Tendo em mente o incômodo causado por declarações que pregaram a crise e a morte do lakou, analisarei uma situação de nominação que acompanhei, revelando práticas que permanecem, mesmo quando alterações drásticas acometem a vida das pessoas. Em um segundo momento, deter-me-ei em questões ligadas ao parentesco ritual, às formas de organização do trabalho e dos mercados. Pensar o lakou é, de certa forma, levar em conta a história e os processos de transformação pelos quais o Haiti, em sua diversidade, passou e tem passado.