O lugar de sujeito na relação mãe-bebê

Revista do GELNE

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ISSN: 1517-7874
Editor Chefe: Sulemi Fabiano Campos
Início Publicação: 31/05/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

O lugar de sujeito na relação mãe-bebê

Ano: 2005 | Volume: 7 | Número: 1
Autores: Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante, José Paulo Naiberg Naslavsky
Autor Correspondente: M. C. B. Cavalcante, J. P. N. Naslavsky | [email protected]

Palavras-chave: Constituição subjetiva; mãe-bebê; manhês.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho tem por intuito discutir o processo de constituição subjetiva a partir da perspectiva de assumpção do lugar de sujeito, no uso de pronomes pessoais, nos diálogos de berço da matriz relacional mãe-bebê. Fundamentados na abordagem estrutural de De Lemos que destaca o papel das instâncias discursivas para a constituição subjetiva na dialogia mãe-bebê, bem como em Lacan, no que diz respeito ao estádio do espelho, que concebe a constituição do Eu a partir do olhar do Outro. Nesta relação proposta por Lacan, o que sustenta a imagem do bebê é a interpretação materna deste, é a inserção deste bebê na fala materna. Fala esta caracterizada por uma melodia própria, concebida como manhês (NASLAVSKY & CAVALCANTE, 2003). Este estádio ilustra detalhadamente o momento inaugural de constituição do eu da criança, experiência pela qual passa o bebê entre seis e dezoito meses, período que prefigura uma totalidade corporal por meio da percepção da própria imagem no espelho, quando reconhece e vivencia a imagem de seu corpo no espelho como sendo sua própria imagem. Assim, analisamos dados longitudinais de uma díade mãe- bebê ao longo de 36 meses de vida da criança. Resultados mostram que ao analisar o uso dos pronomes pessoais na relação dialógica é possível compreender os papéis discursivos assumidos na interação como constitutivos da própria subjetividade.