Desde os primeiros escritos e relatos históricos um elemento tem sido companhia constante da humanidade, o medo. Por vezes um amigo da nossa sobrevivência, por outras vezes um inimigo quando utilizado como processo de dominação entre as sociedades. Entendendo, assim, que esse componente cotidiano pode tomar distintas formas, optamos por identificá-lo aqui quando ligado às questões de gênero que deram-se através da relação do feminino marginalizado que acabou ecoando no período que ficou conhecido como “caça às bruxas”, no século XV. Partindo disso, o presente artigo tem como propósito observar como o medo é operado no espaço da publicação da obra Malleus Maleficarum como arma contra a figura feminina que é então representada como “bruxa”.
From the earliest writings and historical accounts one element has been the constant companionship of humanity: the fear. Sometimes a friend of our survival, sometimes a enemy. It depends on how it is used, especially as regards the processes of domination between societies. Understanding that this everyday component can take different forms, we chose to identify it here when linked to gender issues that occurred through the relationship to the marginalized feminine that echoed in the period thar became known as “witch hunt”, in the fifteenth century. From this, this article aims to observe how fear is operated in the space of the publication of the book Malleus Maleficarum as a weapon against the female figure who is then represented as “witch”.