Este artigo apresenta uma análise da produção literária de Franz Kafka que procura entender a sua crÃtica ao moderno estado de direito como uma representação messiânica. O messianismo está presente na forma negativa com que Kafka se relaciona com a lei. Contraposto a uma religiosidade institucional que se direciona a manutenção do status quo, a religiosidade negativa do messianismo kafkiano apresenta as limitações inerentes à realidade, ao mesmo passo em que compreende a dificuldade de vencer estas limitações no tempo presente. Recorrendo à s interpretações de Michael Löwy e de Giorgio Agamben focamos a urgência messiânica da obra de Kafka como uma urgência de compreender o caminho que ainda falta ser trilhado.
This paper presents an analysis of Franz Kafka’s literary productions which tries to
understand his critics to the modern rule of law as a messianic representation. The messianism
is present in the negative form that Kafka relates with the law. Opposed to an institutional
religion that directs itself to the maintenance of the status quo, the negative religiosity of the
Kafka’s messianism presents the limitations proper from the reality, in the same way that it
comprehends the difficulties in overcoming those limitations in the present time. Appealing to
Michael Löwy’s and Giorgio Agamben’s interpretations, we focus on the messianic urgency in
Kafka’s work as an urgency to understand the path that still needs to be walked into.