O artigo resgata a obra “Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem dos homens”, escrita por Walter Benjamin em 1916, para abordar a questão do nome próprio. Para Benjamin, atribuir um nome àquele que nasce é o único ato humano que se aproxima ao gesto criador de Deus no Gênesis. Essa marca, impressa pelo nome, desenha traços do destino humano, sem determiná-lo de forma encerrada. Um paralelo entre o prisma benjaminiano e a ideia lacaniana de nome próprio, tal como aparece no Seminário 9, A identificação, é estabelecido de modo a desenhar o que está em jogo no personagem bíblico de Moisés. Com isso, será possível analisar as consequências da alteração etimológica do nome Moisés, empreendida por Freud em seu clássico “O homem Moisés e a religião monoteísta”. Tal mudança das origens do nome de Moisés implicará também transformações de estruturas arcaicas da cultura, cujas vibrações podem ser sentidas no presente.
The paper rescues the work “On the language in general and on the language of the men”, written by Walter Benjamin in 1916, to approach the question of proper name. For Benjamin, naming the unborn is the only human act that comes close to the creative act of God in Genesis. This mark, imprinted by name, draws traces of human destiny, without determining it in an enclosed manner. A parallel between the Benjaminian prism and the Lacanian idea of selfname, as it appears in Seminar 9, Identification, is established in order to draw what is at stake in the biblical character of Moses. With this, it will be possible to analyze the consequences of the etymological alteration of the name Moses, undertaken by Freud in his classic “Moses and Monotheism”. Such a change in the origins of Moses’ name will also imply transformations of archaic structures of culture, whose vibrations can be felt in the present