O papel dos fósseis na teoria da progressão dos animais de Lamarck

Revista Helius

Endereço:
Avenida da Universidade, 850 - Campus Betânia - Alto da Brasília
Sobral / CE
62040370
Site: https://helius.uvanet.br/index.php/helius/
Telefone: (88) 3611-6370
ISSN: 23578297
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 06/02/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O papel dos fósseis na teoria da progressão dos animais de Lamarck

Ano: 2020 | Volume: 3 | Número: 2
Autores: Lilian Al-Chueyr Pereira Martins
Autor Correspondente: Lilian Al-Chueyr Pereira Martins | [email protected]

Palavras-chave: Lamarck. Empirismo. Evolucionismo. Geologia. Século XIX.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Sabe-se que a teoria “evolutiva” de Lamarck proposta entre 1800 e 1820 teve um baixo impacto e uma mínima aceitação em sua época. Ela foi considerada especulativa e Lamarck tem sido criticado por não ter oferecido uma fundamentação empírica para vários aspectos de sua teoria. Uma das críticas feitas às teorias evolutivas na época era a ausência de formas intermediárias entre espécies fósseis e atuais. O objetivo do presente artigo é averiguar de que modo os fósseis foram utilizados para fundamentar as mudanças geológicas, a gradação dos animais ou mesmo a transformação das espécies na teoria de Lamarck. Além disso, se as críticas mencionadas acima se aplicam à sua proposta. Esta pesquisa levou à conclusão de que os estudos de Lamarck sobre os fósseis contribuíram para o seu conhecimento na época. Do ponto de vista empírico, eles forneceram fundamentação para alguns aspectos de sua teoria como as mudanças na crosta terrestre. Por outro lado, a semelhança entre formas fósseis e viventes sugeriu que as espécies poderiam ter se modificado e não se extinguido. Porém, nas obras em que apresentou sua teoria evolutiva relacionada aos animais, Lamarck praticamente não retomou essas evidências e nem as explorou detalhadamente. Ou seja, não utilizou fatos que lhe eram acessíveis, na época, e que teriam sido de grande importância para a fundamentação de sua teoria. Nesse sentido, algumas das críticas recebidas eram cabíveis.



Resumo Inglês:

Lamarck's “evolutionary” theory proposed between 1800 and 1820 had a low impact and minimal acceptance in his time. It was generally regarded as speculative and devoid of empirical foundation. Among the criticisms towards the evolutionary theories at Lamarck's time was the absence of intermediate forms between fossil and living species. This paper aims to elucidate in which way Lamarck used the fossils to support the geological changes, the gradation of animals or even the transmutation of species in his theory. Furthermore, to elucidate whether the criticisms mentioned above apply to his proposal or not. The research led to the conclusion that Lamarck's studies contributed to increasing the knowledge of fossils at the time. Departing from an empirical point of view, they provided grounds for some aspects of his theory, such as the changes in the earth crust. On the other hand, the similarities between fossil and living forms suggested that the species could have changed and not become extinct. However, in the works in which he presented his evolutionary theory related to the animals, Lamarck practically did not return to these pieces of evidence or even explore them in detail. In other words, he did not use some facts that were accessible to him at the time, and which would have been of great importance for the foundation of his theory. In that sense, some of the criticisms received were appropriate.