O estudo trata do relato de experiência reflexiva vivenciada por acadêmicos de enfermagem sobre os aspectos do paradigma manicomial presentes no filme “Bicho de Sete Cabeças”, ocorrida em março e abril de 2011, durante as aulas da disciplina “Enfermagem em Saúde Mental”. Para isso, houve a aplicação prévia de roteiro com questões fomentadoras de reflexão, seguida da apresentação do longa-metragem e do momento de problematização e de reflexão, espaço onde os alunos puderam identificar as principais características do paradigma manicomial nas imagens e falas dos personagens. O olhar dos alunos enfatizou inúmeros aspectos relacionados com a assistência psiquiátrica vigente no Brasil no final da década de 1970, no que refere aos serviços envolvidos, às terapêuticas empregadas e à participação familiar no processo terapêutico. O serviço de saúde apresentado na trama é a instituição psiquiátrica asilar, caracterizada por ser fechada e desenvolver ações de forma autoritária e massificada. Os métodos terapêuticos voltavam-se prioritariamente para ações de cunho biologicista. A utilização de filmes como modalidade pedagógica propicia a transmissão de conhecimentos, amplia os espaços de interação cultural entre os diversos atores envolvidos para construir e compartilhar conhecimentos que favoreçam a superação dos paradigmas, conceitos e pré-conceitos das pessoas com transtorno mental
This study is a reflective experience report perceived by nursing academics on the aspects of the mental asylum paradigm present in the film “Bicho de Sete Cabeças”, in March to April 2011, during the “Nursing in Mental Health” course. For this, there was prior application of a script with questions to promote reflection, followed by the full-length film and a time for questioning and reflection, the space where the students were able to identify the main features of the mental asylum paradigm in the images and the characters’ speech. The students’ perception highlighted innumerous aspects related to psychiatric care in force in Brazil at the end of the 1970s, with regard to the services involved, the therapeutic means used, and family participation in the therapeutic process. The health service presented in the plot is a psychiatric asylum, characterized by being closed and for developing actions in an authoritarian and massifying manner. The therapeutic methods were primarily directed to actions of biological nature. The use of films as pedagogical method offers the transmission of knowledge, expanding the boundaries of cultural interaction among the different protagonists involved in building and sharing knowledge, which in turn favors the overcoming of paradigms, concepts and pre-concepts of people with mental disorders.