O presente artigo busca explorar os modelos de reconhecimento e inclusão oferecidos por Enrique Dussel e Jürgen Habermas. Procura, com ênfase na perspectiva decolonial dusseliana, apontar os limites do modelo habermasiano, particularmente diante de um passado colonial.Busca-se assim discutir o mito da Modernidade e a consequente construção da linha abissal que dividiu o mundo entre o “lado de lá” e o “lado de cá” e as consequências epistemológicas e jurídicas dessa divisão. Em um segundo momento, buscamosexaminar as teorias formuladas a partir do século XIX de reconhecimento do Outro para, traçando uma crítica a elas, baseadas numa lógica dialética universalizante propor a utilização da chamada analética como mecanismo de efetiva libertação dos povos latino-americanos e cuja lógica seria capaz de embasar verdadeiras epistemologias do sul, enquanto proposta epistemológica, insurgente contra o projeto de dominação capitalista perpetrada pela Modernidade
This paper aims to explore the models of recognition and inclusion offered by Enrique Dussel and Jürgen Habermas. It seeks, with emphasis on Dussel's decolonial perspective, to point out the limits of the Habermasian model, particularly in the context of acolonial past. It thus seeks to discuss the myth of Modernity and the consequent construction of the abyssal line that divided the world between the "over there" and the "over here" and the epistemological and juridical consequences of this division. In a second moment, we try to examine the theories formulated from the 19th century on the recognition of the Other in order to criticize them based on a universalizing dialectic logic and to propose the use of the so-called analectics as a mechanism of effective liberation of the Latin American peoples, whose logic would be capable of grounding true epistemologies of the South, as an epistemological proposal, insurgent against the project of capitalist domination perpetrated by Modernity