O artigo enumera as contribuições do pensamento decolonial para as Relações Internacionais. Essa corrente teórica crítica, que está em constante diálogo com os saberes dos povos originários, aposta na incorporação de outras dimensões, para além da político-econômica, à análise dos fenômenos internacionais e globais, contribuindo para uma compreensão mais aprofundada das desigualdades e hierarquias que os constituem. Como exemplo desta contribuição, enfocamos as críticas indígenas e decoloniais às formas hegemônicas de interpretação da natureza, que, em grande medida, são aquelas que predominam nos diversos âmbitos da Governança Ambiental Global (GAG). Como resultado dessa discussão, foi possível observar a importância da participação das organizações indígenas nas diversas instâncias da GAG para a construção de mecanismos mais sintonizados com as suas demandas e cosmovisões, e mais efetivos na defesa da natureza (ou Mãe Terra).
The paper highlights the contributions of the decolonial theory to the International Relations. Deeply connected to the struggles of Latin America’s indigenous peoples during the transition from the 20th to de 21st century, this critical thinking incorporates different fields, perspectives, actors and themes to the analyses of international and global phenomena. Thereby, it allows a deeper understanding of the inequalities and hierarchies that underlie such phenomena. To illustrate this contribution, we bring up the decolonial critic to the hegemonic ways of understanding the relationship between human societies and nature which, to a large extent, predominate in the mechanisms of Global Environmental Governance (GEG). As a result, it was possible to observe the importance of the participation of the indigenous organizations in the in the many instances of GAG, for the construction of mechanisms that are less unequal, more in tune with their demands and worldviews andmore effective in defending the environment (or Mother Earth).
Esa es una reflexión acerca de los aportes del pensamiento decolonial a las Relaciones Internacionales. La corriente crítica, producida en gran sintonía con las luchas de los pueblos indígenas latinoamericanos al principio del siglo XXI, incorpora diferentes áreas del conocimiento, perspectivas, actores y temáticas al análisis de los fenómenos internacionales y globales. Contribuye así para una comprensión más profunda acerca de las desigualdades y jerarquías subyacentes a tales fenómenos. Como ejemplo de este aporte, rescatamos la crítica decolonial a las formas hegemónicas de interpretar la naturaleza que, en gran medida, son las que predominan en los mecanismos de la Gobernanza Ambiental Global (GAG). Como resultado de la reflexión, se pudo observar la importancia de la participación de las organizaciones indígenas en los procesos de toma de decisiones de la GAG, para la construcción de mecanismos menos desiguales, más sintonizados con las demandas y cosmovisiones de estos pueblos y más efectivos en la defensa del medio ambiente (o Madre Tierra).