As noções de “lógico”, “não-lógico” e “pré-lógico” supõem um entendimento a respeito do que é a racionalidade ou dos critérios que permitem afi rmar o que é racionalmente inteligível. A etnologia e a fenomenologia, tendo em vista o diálogo de Claude Lévi-Strauss e Maurice Merleau-Ponty, têm em comum o alargamento da noção de “racional” ou de “razão” na medida em que ambos tornam inteligíveis determinados procedimentos lógicos antes não apreensíveis em si mesmos. Enquanto Claude Lévi-Strauss afi rma não existir o pensamento do selvagem, mas somente um pensamento selvagem, ou seja, um modo de conhecimento mais próximo à percepção e à imaginação e que opera segundo a lógica do concreto, noutro sentido, Maurice Merleau-Ponty se vale de seus trabalhos, a respeito da percepção e do desenvolvimento de uma ontologia do sensível, para contestar a afi rmação de que as crianças possuem pensamento pré-lógico, quando avaliadas segundo o critério de “representação”. Os dois autores apresentam, portanto, a percepção como fundamento para afi rmação, seja do pensamento selvagem ou da psicologia infantil, e convergem na localização do espaço das artes quanto à possibilidade de aprender a ver o mundo diferentemente na cultura ocidental.
The ideas about “logical”, “non-logical” and “pre-logical” consider an understanding about rationality or the discretion to state what rationality intelligible is. Ethnology and phenomenology, when considering the dialog of Claude Lévi-Strauss and Maurice Merleau-Ponty, have in common the enlargement of concept about “rational” or “reason” as both authors make it intelligible as certain logical procedures that were previously not apprehensible in themselves. While Lévi-Strauss says there is no thought of the primitive, but only the savage mind, in the other words, a mode of knowledge closer to perception and imagination and which operates according to the logic of the concrete, in another sense, Maurice Merleau-Ponty draws on their work, about the perception and the development of an ontology of the sensible, to contest the claim that children have pre-logical thought, when judged against the criterion of “representation”. The two authors have, therefore, the perception is the foundation for the assertion of the savage mind or child psychology, and converge on the location of the arts space for the possibility of learning to see the world differently in Western culture.