O pentecostalismo em contextos de violência: uma etnografia das relações entre pentecostais e traficantes em Magé

Ciencias Sociales y Religión

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ISSN: 1982-2650
Editor Chefe: Ronaldo de Almeida
Início Publicação: 01/12/1999
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Teologia

O pentecostalismo em contextos de violência: uma etnografia das relações entre pentecostais e traficantes em Magé

Ano: 2008 | Volume: 10 | Número: 10
Autores: Teixeira, Cesar Pinheiro
Autor Correspondente: Cesar Pinheiro Teixeira | [email protected]

Palavras-chave: Pentecostalismo, Batalla espiritual, Violencia, Narcotráfico

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nas periferias urbanas do Rio de Janeiro é notável a presença de dois grupos distintos: as igrejas pentecostais e os grupos de narcotraficantes. Todavia, embora os pentecostais demonizem os grupos de traficantes, a relação entre eles não se caracteriza por uma relação de conflito. Os pentecostais gozam de respeito e prestígio em relação aos traficantes: seja quando pregam dentro das bocas-de-fumo ou quando resgatam pessoas “condenadas à morte” pelos traficantes. Como compreender a autoridade moral da qual gozam os pentecostais em relação a interlocutores autoritários e violentos como os narcotraficantes? Como hipótese principal, dizemos que ao utilizarem com rigor regras de dom e contra-dom e, além disso, orientando-se pela lógica da Batalha Espiritual, os pentecostais conseguem um posicionamento privilegiado frente às questões postas por um contexto que envolve autoritarismo e violência.



Resumo Inglês:

In Rio de Janeiro’s urban outskirts, we can observe the presence of two different groups: the Pentecostal churches and the drug dealers groups. However, although the Pentecostals see the drug dealers as connected to the Evil, the relation between them is not a conflictual one. In fact, the Pentecostals are respected by the drug dealers: both when they preach to the drug dealers at drugs’ sales spots and when they rescue people who have been “sentenced to death” by the drug dealers. How can we understand the moral authority that the Pentecostals have over authoritary and violent interlocutors such as drug dealers? The main hypothesis I develop in this article is that, by obeying the rules of gift and reciprocity and by orienting their action by the logic of the Spiritual Battle, Pentecostals achieve a priviledged position in a context of violent and authoritary drug traffic.