O PESSIMISMO EM KUBRICK, ROUSSEAU E SCHOPENHAUER: FUNDAMENTOS DA ÉTICA NO DIREITO E NA POLÍTICA.

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ISSN: 2317-4757
Editor Chefe: Prof. Dr. Davi José de Souza da Silva
Início Publicação: 30/11/2013
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Engenharias

O PESSIMISMO EM KUBRICK, ROUSSEAU E SCHOPENHAUER: FUNDAMENTOS DA ÉTICA NO DIREITO E NA POLÍTICA.

Ano: 2014 | Volume: Especial | Número: 3
Autores: MATOS, S.
Autor Correspondente: MATOS, S. | [email protected]

Palavras-chave: pessimismo, ética, Kubrick, Rousseau, Schopenhauer.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O pessimismo como pensamento filosófico foi decisivo para a construção do Estado constitucional, uma vez que foi defendido por filósofos como Rousseau, Nietzsche e Schopenhauer. Trata-se de uma corrente filosófica que rejeita uma concepção linear do tempo e, por conseguinte, de progresso da humanidade em direção à felicidade. De certa forma, é uma filosofia negativa, uma vez que não apresenta um modelo ideal de Estado ou sociedade e, ademais, não visa construir um sistema filosófico, mas, sim, esclarecer sobre o próprio modo de ser do ser humano. Uma filosofia que busca explicar o Geschehen na sua forma mais imediata. Este estudo busca apresentar o pessimismo como fundamento ético na obra “Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick. Para tanto, apresentar-se-á Kubrick em dialogo com as concepções pessimistas de Rousseau e Schopenhauer. Em um primeiro momento, será apresentada uma definição hermenêutica de pessimismo. Após, a perda da liberdade primitiva do ser humano, representada pelos conceitos de autopreservação e compaixão, será discutida em Rousseau e Kubrick. Por fim, a impossibilidade de um fundamento ético para o direito e a política com base em uma liberdade moral, i.e., liberum arbitrium indifferentiae, será discutida a partir dos conceitos de caráter e liberdade intelectual de Schopenhauer. Qualquer modelo político de Estado e de política criminal precisa, segundo o pessimismo, esquecer ideais de ressocialização ou transformação do caráter do ser humano. Deve, ao revés, estabelecer limites para a política e direito com base no próprio modo de ser do ser humano.



Resumo Inglês:

Pessimism as a philosophical movement has a crucial role to the development of the constitutional State due to its influence on the work of Rousseau, Nietzsche and Schopenhauer. The doctrine of pessimism denies the concept of linear time, and hence, the very idea of historical account of progress of mankind. From a certain point of view, the doctrine can be regarded as a negative philosophy since it does attempt to present neither an ideal model of State or society, nor to build up a philosophical system. The doctrine of pessimism has to do with a reflection on the present, how humankind exist in the world, and thus, it seeks to elucidate the Geschehen in its most immediate form. This paper aims to disclose the elements of the doctrine of pessimism as an ethical foundation in Stanley Kubrick’s masterpiece “A clockwork orange”. In this sense, a dialogue is presented between the pessimistic concepts of Kubrick and, in contrast, Rousseau and Schopenhauer. In a first step, pessimism is defined according to an hermeneutic conception of concepts. Next, the loss of primitive human freedom is discussed on the basis of Rousseau’s concepts of selfpreservation and compassion. In the last part, Schopenhauer’s concepts of character and intellectual freedom lead way to the analysis on the impossibility of an ethical foundation of politics and law based on moral freedom, i.e., liberum arbitrium indifferentiae. From a pessimistic point of view, a political model for the State and its criminal policy needs to eliminate abstract ideas like resocialization and transformation of human character. In spite of it, it has to set the limits of politics and law with focus on the Dasein.