Este artigo propõe um debate sobre uma teoria dos signos corporais para a arqueologia, tendo como base teórica e empírica a pesquisa que desenvolvi durante meu TCC entre 2018 e 2019 a respeito das vivências cotidianas de mulheres trans e travestis na sociedade contemporânea, através de metodologias qualitativas. Portanto, estas reflexões questionam as bases hegemônicas da arqueologia, que convencionalmente se voltaram para estudos cis-heteronormativos do passado e da cultura material. Ao questionar estes pilares, eu proponho uma arqueologia clandestina para analisar as coisas que constituem as corpas de mulheres trans e travestis, compreendendo a relação que existe entre a construção discursiva de significados performados na corpa e as interações sociais por ela estabelecidas no interior da cultura falocêntrica e genitalista, contexto que legitima os fenômenos da transfobia, como a hipersexualização e o limbo afetivo, logo, esta arqueologia pode ser considerada transfeminista e do/ no contemporâneo.