O artigo analisa como a figura e a obra de Camões são recuperadas no romance Os naufrágios de Camões (2022), de Mário Cláudio, tomando como estrutura articuladora os móbiles de Alexander Calder e os princípios que sustentam sua concepção: abertura, inacabamento e apelo à interação do fruidor. Esses valores parecem se traduzir em imagens e procedimentos, tanto na poesia camoniana como na apreensão ficcional que o romancista faz dela ao tomar o vate como personagem.
This paper analyzes how the figure and work of Camões are recovered in the novel Os naufrágios de Camões (2022), by Mário Cláudio, using as an articulating structure Alexander Calder’s mobiles and the principles that support their conception: openness, unfinishedness and appeal to the interaction of the viewer. These values seem to be translated into images and procedures, both in Camões’ poetry and in the fictional apprehension that the novelist makes of it when taking the poet as a character.