O PONTO DE DESCIDA: O FALSO SELF EM AMOR, DE CLARICE LISPECTOR

UniLetras

Endereço:
Praça Santos Andrade, 01 - Departamento de Estudos da Linguagem (DEEL) - Centro
Ponta Grossa / PR
84010-330
Site: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/uniletras
Telefone: (42) 3220-3376
ISSN: 1983-3431
Editor Chefe: Marly Catarina Soares, Márcia Cristina do Carmo
Início Publicação: 30/04/1979
Periodicidade: Semestral

O PONTO DE DESCIDA: O FALSO SELF EM AMOR, DE CLARICE LISPECTOR

Ano: 2021 | Volume: 43 | Número: Não se aplica
Autores: Luan Felipe de Souza Junqueira, Fabio Scorsolini-Comin
Autor Correspondente: Luan Felipe de Souza Junqueira | [email protected]

Palavras-chave: psicanálise, Clarice Lispector, D. W. Winnicott.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste estudo teórico é compreender, por meio do referencial psicanalítico, como o adoecimento psíquico é narrado no conto Amor, presente no livro Laços de família, publicado em 1960 por Clarice Lispector. Em termos metodológicos, recorreu-se à psicanálise como referencial interpretativo, sobretudo a partir do conceito de falso self desenvolvido pelo psicanalista inglês D. W. Winnicott. O falso self, na protagonista Ana, revela-se como um funcionamento psíquico habilidoso para defendê-la da exposição ao verdadeiro self, retirando-lhe o seu gesto espontâneo e o próprio contato com os seus desejos. Em Ana, a revelação propiciada pelo ponto de descida do bonde, em que é forçada a abandonar o que construíra visando à sua autopreservação, é que dispara na personagem a possibilidade de um novo existir, mais autêntico e mais real.



Resumo Inglês:

The aim of this theoretical study is to understand, through the psychoanalytic framework, how the psychic illness is narrated in the short story Amor, present in the book Laços de família, published in 1960 by Clarice Lispector. In methodological terms, psychoanalysis was used as an interpretive reference, mainly based on the concept of false self developed by the English psychoanalyst D. W. Winnicott. The false self, in the protagonist Ana, reveals itself as a skillful psychic functioning to defend her from exposure to the true self, removing her spontaneous gesture and her own contact with her desires. In Ana, the revelation brought about by the tram’s descent point, in which she is forced to abandon what she had built with a view to her self-preservation, is what triggers in the character the possibility of a new existence, more authentic and more real.