A Educação Profissional no Brasil, ao longo do processo histórico, teve como destinatários as classes menos favorecidas e, por conseguinte, é desprestigiada pela população. Sabemos que, ainda que esse tipo de educação tenha sofrido modificações, e que, atualmente, preconiza a necessidade de se formar cidadãos críticos e emancipados para o mundo do trabalho, suas propostas educacionais ainda são destinadas à reprodução do capital. Nesta comunicação de pesquisa, descrevemos, principalmente, o caminho percorrido pelo nosso trabalho de mestrado, no qual tivemos por objetivo analisar como os professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - IFMS concebem a proposta da Educação Profissional. E, especificamente, verificar os aspectos ideológicos e a presença e/ou ausência de reflexões críticas em suas concepções, no que se refere à educação profissional e as relações de trabalho estabelecidas em nossa sociedade. Para coleta de dados foi utilizado um questionário eletrônico estruturado com respostas fechadas, baseado na Escala Formação e Trabalho de Meneses (2007). A análise das respostas foi realizada pelo método quantitativo, pelo procedimento estatístico de somatória simples e pelo método qualitativo, à luz do nosso referencial teórico, fundamentado na Teoria Crítica da Sociedade. Considerando o papel da ideologia no sistema atual, na formação do indivíduo e na constituição de sua subjetividade, as análises dos resultados mostram a existência de reflexões críticas dos professores, no que se refere ao trabalho e à educação profissional oferecida pelos Institutos Federais, porém são, ao mesmo tempo, referenciadas pela ideologia dominante e conformadas à lógica capitalista.