Neste texto discuto as políticas de currículo para Geografia no nível médio, focalizando a tensão entre os
discursos do currículo integrado com o disciplinar pela via do significante interdisciplinaridade. Baseados
em análises de documentos curriculares oficiais e entrevistas realizadas com lideranças acadêmicas
envolvidas na produção de tais textos, ressalto processos de tradução desencadeados pelas
subjetivações constituídas nas articulações que garantem determinadas fixações na política. Destaco os
processos articulatórios produzidos nessa política e as vias de negociação de diferentes identificações
com discursos oficiais, também considerados hegemônicos. Penso tais dinâmicas a partir da teoria do
discurso, de Laclau; do pensamento desconstrucionista, de Derrida; e dos estudos que Lopes vem
realizando desses aportes para o campo de pesquisa em Políticas de Currículo. Busco conceber as
articulações como não subordinadas a condicionantes históricos, corporativos, científicos, disciplinares
ou a partidarismos políticos, mas como respostas ao que, contextualmente, passa a ser considerado uma
ameaça.