Neste artigo, analiso um dos efeitos sociais do modernismobrasileiro dos anos 1930, a objetificação cultural Pankararu, momento em que o praiá (máscara ritual desses indígenas) é capturado pelo discurso modernista como um objeto-feticheparadigmático da cultura nacional. Nesse período, a etnografia e a constituição de patrimônio cultural se colocaram como uma política de Estado. Apresento nesse contexto o trabalho de Mário de Andrade na formação da Sociedade de Etnografia e Folclore (1936) e da “Missão de 1938”, espaços onde se evidenciam a institucionalização e os efeitos desse tipo de discurso.
In this article I analyze one of the social effects of Brazilian modernism of the 1930s, the Pankararu cultural objectification, the moment when the praiá (indigenous ritual mask) is captured by the modernist discourse as a paradigmatic fetish-object of national culture. During this period the ethnography and constitution of cultural heritage became a state policy. I introduce in this context the work of Mario de Andrade in the formation of the Society of Ethnography and Folklore (1936) and “Mission of 1938”, areas where the institutionalization and the effects of this type of discourse become visible.