Este artigo analisa particularmente a exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, situando-a na mesma linha que outros textos promulgados pelo Papa Francisco, que priorizam a caridade em relação à verdade. Tal preferência aproxima o magistério deste pontificado da tradição filosófica e teológica chamada Escola Franciscana, especialmente na pessoa de João Duns Scotus, considerado um pensador à altura de Tomás de Aquino. O pensamento escotista, devido às suas importantes diferenças, representa uma alternativa em relação ao tomista. Em Amoris Laetitia, o Papa Francisco apresenta continuidade doutrinal com o magistério papal anterior, mas inova ao ressaltar mais o amor conjugal do que os aspectos canônicos do sacramento do matrimônio, o que abre espaço para novas práticas de pastoral familiar.
This paper analyses the post-synodal apostolic exhortation Amoris Laetitia, in the same line with other texts promulgated by Pope Francis, that prioritize charity over truth. Such a preference brings this papal magisterium closer to the philosophical and theological tradition called the Franciscan School, especially represented by John Duns Scotus, a thinker considered on par with Thomas Aquinas. Due to its particularities, Scotistic thought represents an alternative to the Thomistic one. In Amoris Laetitia, Pope Francis demonstrates doctrinal continuity with the previous magisterium, although it somewhat innovates by focusing more on conjugal love than on the canonical aspects of the sacrament of matrimony, thus making room for new practices of the family apostolate.