O PROBLEMA GNOSIOLÓGICO DA REPRESENTAÇÃO: IMPACTOS METAFÍSICOS, ANTROPOLÓGICOS E CIENTÍFICOS
Basilíade
O PROBLEMA GNOSIOLÓGICO DA REPRESENTAÇÃO: IMPACTOS METAFÍSICOS, ANTROPOLÓGICOS E CIENTÍFICOS
Autor Correspondente: M. S. M. Nogueira | [email protected]
Palavras-chave: Conhecimento; Ser; Representação; Modernidade; Sujeito
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este texto tem o objetivo de refletir sobre o problema gnosiológico da representação e seus impactos metafísicos, antropológico e científicos. Investiga as bases filosóficas primárias do aspecto gnosiológico da representação, enquanto modelo cognoscitivo da realidade, vislumbrando uma ruptura entre a representação e o ser ao longo de um complexo movimento de transformação nos fundamentos da vida espiritual e intelectual da civilização ocidental, operada na concepção nominalista das coordenadas do universo mental do homem antigo-medieval. Reconhece os efeitos mais notáveis da teoria moderna da representação, a partir da supressão, na sua tecitura, da clássica distinção aristotélica entre três grandes formas de conhecimento, a saber, o teorético, o prático e o poiético, trazendo impactos nas mais diversas realidades naturais, humanas e sociais da vida. Nessa nova primazia, o modelo poiético se apresenta como base suficiente do conhecimento. É nesse modelo que o próprio homem experimenta, por um lado, uma contradição vivida entre seu ser finito e situado, e, por outro, a pretensão de ser uma espécie de fabricador absoluto do sentido. Essa contradição está embutida no âmago do projeto da civilização moderna, que dispõe de instrumentos e recursos para assegurar sua sobrevivência e seu progresso tecnológico, mas assiste em suas inquietudes inevitáveis, de violência e morte, a uma crise profunda do seu universo simbólico e de suas próprias razões objetivas de ser.
Resumo Inglês:
This text aims to reflect on the gnosiological problem of representation and its metaphysical, anthropological and scientific impacts. It investigates the primary philosophical bases of the gnosiological aspect of representation, as a cognoscitive model of reality, envisioning a rupture between representation and being along a complex movement of transformation in the foundations of the spiritual and intellectual life of Western civilization, operated in the nominalist conception of the coordinates of the mental universe of ancient-medieval man. It recognizes the most remarkable effects of the modern theory of representation, from the suppression, in its tissue, of the classic Aristotelian distinction between three great forms of knowledge, that is, the theoretic, the practical and the poietic, bringing impacts on the most diverse natural, human and social realities of life. In this new primacy, the poietic model is presented as a sufficient basis for knowledge. It is in this model that man himself experiences, on the one side, a contradiction experienced between his finite and situated being, and, on the other, the claim to be a kind of absolute fabricator of meaning. This contradiction is embedded in the heart of the modern civilization project, which has instruments and resources to ensure its survival and technological progress, but assists in its inevitable restlessness, of violence and death, to a profound crisis of its symbolic universe and of its own objective reasons for being.
