O presente artigo relata uma experiência de grupo de acolhimento
em saúde mental na rede básica. O enfoque
metodológico deste trabalho é o da pesquisa-intervenção,
utilizando recursos da observação participante e da cartografia.
O ponto de partida é a problematização de um novo
paradigma em saúde coletiva, em que o acolhimento é considerado
um dispositivo de responsabilização clÃnica e de
intervenção resolutiva, percebendo os sujeitos com prioridade
nos atendimentos. Discutem-se os principais emergentes
grupais em três encontros semanais, focalizando
questões relativas ao compartilhamento das vivências em
grupo, a ênfase no diagnóstico e na medicalização. São
problematizados os procedimentos burocráticos da equipe,
bem como os limites do dispositivo de acolhimento em
grupo considerando inclusive a perspectiva dos usuários.
Aponta-se a necessidade de ampliar os sentidos da escuta
clÃnica visando à subjetivação das queixas e aos investimentos
na autonomização da população usuária. Sugere-se ainda
uma composição multiprofissional e práticas analÃticas na
equipe de trabalho, a fim de garantir maior continência dos
trabalhadores no uso desta ferramenta de intervenção.
This article is about a reception group experience
related to mental health in the public health network.
The methodological approach is based on interventionresearch,
using participant observation and
cartography resources. The starting point is a new
paradigm discussion related to collective health. The
reception means a clinical responsabilization device
and a resolutive intervention, by identifying people
who have priority in this service. It contains a
discussion on the main emerging group subjects in
three meetings a week, focusing on questions related
to sharing the group experiences and the focus on
diagnosis and medication. The bureaucratic
procedures are discussed, including the limits of the
reception device and the users’ point of view. The
need to enlarge the meanings of clinical hearing shows
up, having in view the subjectivation of complaints
and investments in the autonomy of the user
population.