Como falar sobre o processo criativo sem reduzir o infinito
universo de possibilidades de criação à experiência de um artista?
Como falar da escritura de um romance sem enclausurar o texto em
um apanhado de interpretações limitadoras? Este ensaio que passeia
pela resenha e pela entrevista tenta se aproximar da obra Longe da
aldeias a passos lentos: buscando profundidade, mas respeitando a
amplidão de toda obra de arte. Nesse percurso, aborda-se a origem do
processo criativo, as técnicas narrativas adotadas e os desafios da
criação de personagens. O resultado é o mergulho na subjetividade de
um escritor, mas que nos permite vislumbrar traços comuns a toda
criação artística, além de um testemunho das curvas e obstáculos no
trajeto de escrita do livro Longe das aldeias.
How does one talk about creative process without reducing
the infinite universe of possibilities of creation to the experience of a
single artist? How does one talk about the writing of a novel without
imprisoning the text inside a small set of limiting interpretations? This
essay, which wanders through the review and interview models, tries to
slowly get up close to the book Longe das aldeias: seeking for depth, but
respecting the vastness of every work of art. In this trajectory, we
approach the origins of the creative process, the narrative techniques
used and the challenges of the characters invention. The result is a
plunge in a writer's subjectivity, but one that allows us to take a glimpse
at common traits for all artistic creation, as well as the testimony of the
detours and obstacles from the path that lead to the book Longe das
aldeias.