O Processo de Individuação Psicanalítico como Modo de Subjetivação em Contextos Neoliberais

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Depto. de Ciências Sociais/Centro de Letras e Ciências Humanas Universidade Estadual de Londrina - Campus Universitário
Londrina / PR
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Telefone: (43) 3371-4456
ISSN: 2176-6665
Editor Chefe: Raquel Kritsch
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Sociologia

O Processo de Individuação Psicanalítico como Modo de Subjetivação em Contextos Neoliberais

Ano: 2020 | Volume: 25 | Número: 3
Autores: Maria Carolina Araujo Antonio
Autor Correspondente: Maria Carolina Araujo Antonio | [email protected]

Palavras-chave: Psicanálise Lacaniana, Subjetivação, Individualismo, Neoliberalismo

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Resumo Português:

Este artigo busca entender o processo de construção de um modo subjetivação implícito na concepção de sujeito desejante produzida pela teoria psicanalítica lacaniana e operacionalizada pelos psicanalistas no processo terapêutico. Por meio da análise dos dados recolhidos em etnografia realizada em instituições lacanianas de formação de psicanalistas, o objetivo aqui é apreender como estes psicanalistas concebem a articulação entre teoria e clínica psicanalítica, como tal articulação resulta em uma concepção específica de pessoa que orienta a produção de realidades psicológicas. A terapêutica direciona o gerenciamento da vida/saúde a partir de conceitos como falta estrutural, singularidade e responsabilização, que são mobilizados pelos psicanalistas e incorporados pelos analisantes no modo de compreensão de si. Argumenta-se a relação da psicanálise com o sistema de pensamento neoliberal, uma vez que mobiliza certa noção de pessoa presente nas sociedades ocidentais, a saber, o indivíduo autônomo, livre, porém em incessante busca por satisfação. A psicanálise se mostra não só como reflexo do contexto social no qual se insere, como espaço de elaboração de seus mecanismos de agenciamentos. Com isso, se evidencia, através da etnografia, os processos de individuação presentes no modo de subjetivação inerente aos contextos neoliberais.