Este artigo tem por objetivo apresentar as possíveis contribuições conceituais decorrentes do Projeto Burareiro de Educação Integral, uma experiência pedagógica implantada no município de Ariquemes, estado de Rondônia, entre janeiro de 2005 e agosto de 2006. A partir disso, argumentar a favor da educação integral, em detrimento do tempo integral, como horizonte de uma política educacional, que venha ao encontro de quantos almejem políticas educacionais alternativas às concepções neoliberais hegemônicas vigentes. Tanto a experiência pedagógica, levada a feito por meio de um laboratório social, quanto a pesquisa teórica, que a antecedeu e a sucedeu, foi orientada por princípios epistemológicos da dialética materialista e pelo método histórico-crítico de produção acadêmica, cuja análise chegou às possíveis contribuições: introdução da dimensão política à concepção marxiana de educação, nova concepção de interdisciplinaridade e de integração curricular, criação dos conceitos politecnia como princípio pedagógico e educação integral politécnica. Essas contribuições, juntamente com a emergência do conceito sustentabilidade social, evidenciam que as políticas de tempo integral, a partir de 2010, são um retrocesso político e uma guinada ideológica para o lado do neoliberalismo.