O QUADRO SOCIAL E ECONÔMICO DA PESCA ARTESANAL NO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL

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ISSN: 2178-0463
Editor Chefe: Fábio de Oliveira Matos
Início Publicação: 01/01/2010
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Geografia

O QUADRO SOCIAL E ECONÔMICO DA PESCA ARTESANAL NO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL

Ano: 2020 | Volume: 11 | Número: Não se aplica
Autores: Luciana de Souza Queiroz, Sergio Rossi, Aida Tapia Mercander, Camila Serra-Pompei, David Vide Pifarré, Joan Carrasco Domínguez, Júlia Amorós Monrabà, Júlia Muntané Carol, Maria Briansó Martínez, Antonio Jeovah de Andrade Meireles.
Autor Correspondente: Luciana de Souza Queiroz | [email protected]

Palavras-chave: Pesca artesanal. Soberania alimentar. Manguezal. Populações costeiras e vulnerabilizadas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As comunidades tradicionais assentadas no manguezal próximo à costa desenvolveram um modo de vida baseado em serviços ecossistêmicos com várias utilidades e atividades (lenha, pesca artesanal, coleta de bivalves e caranguejos etc.). A importância da segurança e soberania alimentar é frequentemente mencionada em relação à pesca artesanal, mas raramente tem sido articulada como objeto de pesquisa específica. Este trabalho identifica um vácuo informativo relacionado aos benefícios gerados pela exploração artesanal de pescas que não são refletidos nas estatísticas oficiais. Nós compilamos os dados econômicos em duas áreas do litoral do Ceará (Brasil), Curral Velho e Cumbe, combinando uma série de técnicas de coleta de dados (tabelas de monitoramento, entrevistas, zoneamento e questionários). Os pescadores geralmente trabalham em média 5 horas por dia durante 4,6 dias por semana (23 horas por semana), ganhando cerca de 127,20 € por semana (ou 5,53 € / hora). Conclui-se que esse tipo de pesca não é apenas economicamente viável, mas que compete diretamente com a monocultura do camarão em termos monetários e tempo gasto para a atividade.



Resumo Inglês:

Traditional communities situated in mangrove forests near the coast have developed a way of life based on ecosystem services associated with various uses and activities (firewood extraction, artisanal fishing, crab and clam harvesting, etc.).  The importance of food security and sovereignty is frequently mentioned in the context of small-scale fishing but has seldom been articulated as an explicit objective. The present work identifies a knowledge gap concerning the profits generated by artisanal exploitation, which are not recorded in official statistics. We compiled economic data from Cumbe and Curral Velho, in the state of Ceará (Brazil), using a combination of techniques (tracking tables, interviews, zoning and questionnaires). Fishermen typically work up to 5 hours a day for 4.6 days a week, working 23 hours/week, and earning € 127.20/week or € 5.53€/hour of work. It is concluded that the artisanal fishing carried out by coastal communities is not only economically viable but competes directly with industrial monocultures in terms of monetary income and workers’ leisure time.



Resumo Espanhol:

Las comunidades tradicionales asentadas en el manglar cerca de la costa han desarrollado un modo de vida basado en los servicios ecosistémicos con varias utilidades y actividades (recolección de leña, pesca artesanal, recolección de bivalvos y cangrejos, etc.). La importancia de la seguridad y soberanía alimentaria se menciona con frecuencia en relación con la pesca artesanal, pero raramente se ha articulado como objeto de investigación específico. Este trabajo identifica un vacío informativo relacionado con los beneficios generados por la explotación pesquera artesanal que no salen reflejados en las estadísticas oficiales. Compilamos los datos económicos en dos localidades de la costa de Ceará (Brasil), Curral Velho y Cumbe, combinando uma serie de técnicas de recolecta de datos (tablas de seguimiento, entrevistas, zonación y cuestionarios). Los pescadores suelen trabajar uma media de 5 horas al día durante 4.6 días a la semana (23 horas por semana) ganando unos 127.20€ por semana (o 5.53€/hora). Se concluye que este tipo de pesca es no solo económicamente viable, sino que compite directamente con la monocultura del camarón en términos monetarios y de tiempo empleado para la actividad.