O que move a luta? A Maré Verde Argentina e a resistência das mulheres do/no Sul Global

Revista Conjuntura Austral

Endereço:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. João Pessoa 52, Sala 33 - 3° Andar
PORTO ALEGRE / RS
90040-000
Site: http://seer.ufrgs.br/ConjunturaAustral
Telefone: (51) 3308-3963
ISSN: 21788839
Editor Chefe: André Luis Reis da Silva
Início Publicação: 31/07/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciência política

O que move a luta? A Maré Verde Argentina e a resistência das mulheres do/no Sul Global

Ano: 2021 | Volume: 12 | Número: 60
Autores: Livian Lino Netto, Isadora Ebersol, Júlia da Rocha Clasen
Autor Correspondente: Livian Lino Netto, Isadora Ebersol, Júlia da Rocha Clasen | [email protected]

Palavras-chave: Luta, Movimento de mulheres, Sul Global, Maré Verde, Argentina

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste trabalho propomos refletir a Maré Verde como expressão de um marcante momento na história do movimento feminista internacional, que aconteceu na Argentina, no dia 30 de dezembro de 2020. Neste dia, com 38 votos a favor, 29 contra e uma abstenção, o senado argentino aprovou a lei que permite que a interrupção voluntária da gravidez seja realizada de maneira legal, segura e gratuita para mulheres até a 14ª semana de gestação. Ao propor uma reflexão a partir da análise de conjuntura produzida sobre esse momento, não nos referimos somente a vitória institucional que isso representa, enquanto direito social historicamente reivindicado, mas sobre a sua construção enquanto parte de um conjunto de pautas políticas de uma resistência que não se encerra naquele momento, mas sua vitória potencializa um conflito político historicamente travado pelas mulheres do Sul Global. Neste trabalho concluímos que a ação política travada pelas mulheres argentinas reflete na articulação do movimento feminista na América Latina e no denominado Sul Global, como expressão de uma reivindicação de caráter histórico conflitivo da sua resistência.



Resumo Inglês:

In this paper, we propose to reflect Green Tide as an expression of a remarkable moment in the history of the international feminist movement, which took place in Argentina, on December 30, 2020. On this day, with 38 votes in favor, 29 against, and one abstention, the Argentine Senate approved the law that allows the voluntary termination of pregnancy to be carried out legally, safely and free of charge for women until the 14th week of gestation. In proposing a reflection by proposing a reflection based on the analysis of the situation produced about on this moment, we are not only referring to the institutional victory that this represents, as a social right historically claimed, but about its construction as part of a set of political guidelines of a resistance that does not end at that moment, but its victory enhances a political conflict historically fought by women in the Global South. We conclude d with this work that the political action carried out by Argentine women reflects on the articulation of the feminist movement in Latin America and the so-called Global South, as an expression of a claim of a conflicting historical character of their resistance.