Este artigo discutirá a creche como espaço de emancipação humana e de construção de
epistemologias e experiências descolonizadoras. Pensar numa educação emancipatória desde
o nascimento pressupõe-se desconstruir várias concepções que percorrem o imaginário e a
práxis educativa das instituições brasileiras e que, por muito tempo, invisibilizaram as
crianças pequenas e os bebês. É preciso colocar de ponta cabeça os modos de pensar as
crianças pequenininhas e os espaços educativos. É necessário trazer as especificidades, as
multiplicidades e as possibilidades desses sujeitos históricos e concretos que produzem
culturas infantis e resistem a colonização, a opressão e a subordinação da sociedade
adultocêntrica. Para isso, posicionamos nosso olhar na tensão das abordagens marxistas em
direção as perspectivas pós-colonialistas a fim de antropofagicamente produzir inspirações
teóricas e metodológicas para pensar as crianças, as infâncias e a educação infantil.