Este artigo trata de um aspecto ético da filosofia de Nietzsche, que diz respeito ao problema sobre como preservar o cultivo da responsabilidade numa filosofia sem sujeito, assim como entender a possibilidade da liberdade desvinculada da noção de causa sui. Interessa-me pensar em que medida as noções de autonomia e autodeterminação ainda são possÃveis numa tal perspectiva sobre o modo que o ser humano se constitui, ainda que com decisivas transformações em seus usuais significados modernos. Trata-se de uma tentativa de pensar se existe ainda alguma possibilidade de imperativo ético depois da perda de referenciais que se iniciou na modernidade e atingiu seu ápice em nossa condição contemporânea. Imperativo este que, se possÃvel, aqui somente é pensado numa esfera individual.