O QUE TEM DE SER TEM DE SER: A FORÇA DA PROSA E DA POESIA COMO TRANSGRESSORAS DO DESTINO NO ANO DA MORTE DE RICARDO REIS

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

O QUE TEM DE SER TEM DE SER: A FORÇA DA PROSA E DA POESIA COMO TRANSGRESSORAS DO DESTINO NO ANO DA MORTE DE RICARDO REIS

Ano: 2012 | Volume: 8 | Número: 14
Autores: Augusto Rodrigues Silva Junior, Ana Clara Magalhães Medeiros
Autor Correspondente: A. R. Silva Junior, A. C. M. Medeiros | [email protected]

Palavras-chave: romance, polifonia, poesia, Pessoa, crise

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O ano da morte de Ricardo Reis (1984) é romance de José Saramago que efetiva a polifonia narrativa mesmo passando-se no ano de 1936 – período de destacado autoritarismo. Objetiva-se mostrar como o hibridismo de gêneros, que congrega prosa e poesia, aponta para uma saída, a um só tempo, literária e histórica. Discute-se como a condição humana, que vive a ameaça da crise, é transposta para esse romance labirinto. Mikhail Bakhtin é o principal referencial teórico a respeito do equacionamento plural de tantas vozes. Gyorgy Lukács, Erich Auerbach e Hermenegildo Bastos norteiam o pensamento sobre a intrincada rede de casualidade que esconde a causalidade profunda alcançada pelos grandes romances. Dessa rigorosa pesquisa a respeito do romance enquanto gênero e da poesia pessoana multifacetada, resulta a elevação desta obra ao conjunto de romances que conseguem, com muita fluidez e zelo artístico, discutir, desde seu cerne, graves questões humanas. Finalmente, busca-se mostrar que a poesia da vida teima em resistir à crise instaurada e representada pela prosa.



Resumo Inglês:

O ano da morte de Ricardo Reis (1984) is a novel by Jose Saramago that effects a narrative polyphony despite taking place in 1936 - the period leading authoritarianism. It aims to show how the hybrid of genres, which combines prose and poetry, points to an literary and historical exit. It discusses how the human condition, which lives the threat of crisis, is transposed in this labyrinthine novel. Mikhail Bakhtin is the main theoretical reference point concerning the plural arrangement of many voices. Gyorgy Lukacs, Erich Auerbach and Hermenegildo Bastos guide the thinking about the intricate web of causality that hides deep causality achieved by the great novels. Through rigorous research on the novel as a genre and on the multifaceted poetry of Pessoa, this book is elevated to stand among those that, with great fluidity and artistic zeal, discuss, from their core, serious human issues. Finally, we seek to GUAVIRA LETRAS, n. 15, jan.-jul. 2012 278 show that the poetry of life stubbornly resists the crisis brought on and represented by prose.