O que você esconde? Caminhos para uma decolonização do “universalismo sem corpo”

Intellèctus

Endereço:
Rua São Francisco Xavier, 524, João Lyra Filho, 9º andar, sala 9019B
Rio de Janeiro / RJ
20550-013
Site: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intellectus/index
Telefone: (21) 2334-2158
ISSN: 16767640
Editor Chefe: Marieta Pinheiro de Carvalho
Início Publicação: 31/05/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

O que você esconde? Caminhos para uma decolonização do “universalismo sem corpo”

Ano: 2021 | Volume: 20 | Número: 1
Autores: Thiago de Abreu, Lima Florencio
Autor Correspondente: Thiago de Abreu, Lima Florencio | [email protected]

Palavras-chave: colonialidade, corpo, epistemologias decoloniais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo discute criticamente, em diálogo com Aimé Césaire, Frantz Fanon e alguns autores decoloniais, a ideia do “universalismo sem corpo”. Trata-se de um princípio epistemológico fundamentado na lógica disjuntiva entre sujeito e objeto, mente e corpo, que acompanha a constituição do capitalismo colonial. Nesse princípio, o colonizador se inscreve enquanto sujeito universal incorpóreo ao tempo que o “outro” é objetificado, reduzido à sua existência particular e corporal. Tendo em vista esse paradigma ocidental que afasta o corpo dos processos de subjetivação e construção de saberes, proponho um caminho experimental de “escrita despacho”, cujo princípio é acionar um pensamento atravessado pelas forças vitais do corpo, de modo que rompa com as amarras de uma pedagogia incorpórea que atravessa a cidade e seus monumentos, as escolas e seus métodos escriptocêntricos.



Resumo Inglês:

This article discusses critically, in dialogue with Aimé Césaire, Frantz Fanon and some decolonial authors, the ideia of "fleshless universalism". It is an epistemological principle based on the disjunctive logic between subject and object, mind and body, which accompanies the constitution of colonial capitalism. In this principle, the colonizer inscribes himself as an incorporeal universal subject while the other is objectified, reduced to his particular and corporal existence. In view of this Western paradigm that takes the body away from the processes of subjectivation and construction of knowledge, I propose an experimental way of dispatch writing, whose principle is to trigger a thought crossed by the vital forces of the body, so that it breaks with the bonds of incorporeal pedagogy that runs through the city and its monuments, schools and its scripocentric methods.