O problema da permanência dos Avá-canoeiro, em seus próprios termos, apesar do regime tutelar que visa
intermediar suas relações com o mundo externo, nos obriga a questionar: quais são as formas cotidianas pelas quais os Avá-canoeiro podem sustentar sua visão de mundo considerando que sua sociedade foi violentamente destruÃda? Este artigo apreende a mudança das relações interétnicas entre os Avá-canoeiro sobreviventes no alto rio Tocantins e os brancos, reconhecendo que, por mais que o genocÃdio tenha tido
consequências especÃficas sobre a vida social dos Avá-canoeiro, ela não limitou a possibilidade de eles recriarem a tradição nos moldes de uma sociabilidade tutelada. O artigo será desenvolvido através de uma comparação controlada entre o padrão das relações interétnicas na Terra IndÃgena Avá-Canoeiro e o tipo ideal das interações sociais estabelecidas no interior das instituições totais.