Pretende-se, neste artigo, apresentar dados sobre a origem racial de candidatos a
concursos para provimento de vagas de professores adjuntos no magistério público
do Rio de Janeiro (antigo Distrito Federal) no perÃodo da Primeira República,
cruzando o registro da cor nas certidões de nascimento dos candidatos com outras
fontes, assim como discutir o processo de branqueamento do magistério do
Distrito Federal, a partir dos debates sobre a suposta inferioridade da população
negra brasileira, e o efeito dessas discussões na racionalização da carreira do
magistério. Objetiva-se, também, discorrer sobre as formas de classi' cação racial
dos brasileiros nesse perÃodo histórico. A cor da pele, de atributo simplesmente
biológico, assume um conteúdo cultural, social e moral em um imenso conjunto
de quali' cativos inferiorizantes. Esse processo aconteceu, principalmente, com os
fenoticamente negros ou de pele mais escura, que não podiam de alguma forma
disfarçar sua origem racial.