Até meados do século passado o estudo sistemático das narrativas
estava restrito à teoria literária. A partir daÃ, a narrativa passou a ser objeto
privilegiado de setores até então refratários ao seu estudo (como a história,
antropologia, sociologia). O artigo rastreia as razões conceituais do retorno da
narrativa ao centro das preocupações nas ciências sociais e cognitivas. Defende
a tese que o retorno das narrativas ao cenário acadêmico decorre de uma
guinada paradigmática das ciências sociais e cognitivas rumo à linguagem e suas
interpretações culturais enquanto processos formuladores e constituidores do
mundo social.
Up to the first half of last century the systematic study of narratives was
restricted to literary theory. From that time on narratives came to be the privileged
subject of sectors that were resistant to narrative analysis so far (as history,
anthropology, sociology). The article tracks down the conceptual reasons why
narratives have returned to the center of attention in social and cognitive sciences.
It defends the thesis that the return of narratives to academic scenery derives from
a paradigmatic turn in social and cognitive sciences towards language and cultural
interpretation, process of institution and constitution of the social world.