O segundo número do volume 2 traz como tema um importante aspecto vinculado à tentativa
da indústria farmacêutica de lançar novos medicamentos no mercado nacional. Os análogos da
talidomida, proibida mundialmente há mais de meio século devido aos tristes casos de
malformações congênitas relacionados ao seu uso durante os primeiros meses de gestação, são
pauta de mais um artigo de debate de nossa Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência
& Tecnologia. Neste momento vivemos uma forte pressão junto às esferas da Vigilância Sanitária e
do Congresso Nacional para que em nosso paÃs seja permitido o uso de medicamentos cujas
estruturas quÃmicas são muito semelhantes à molécula da talidomida. Essa pressão se faz presente,
apesar de tais análogos serem mais caros que a própria talidomida e de os estudos não descartarem
seu caráter teratogênico nem comprovarem sua superioridade clÃnica no tratamento de mieloma
múltiplo e outras desordens de fundo imunológico. Estão em pauta alguns questionamentos sobre o
real benefÃcio relacionado ao acesso destes análogos ao mercado nacional, ao mesmo tempo em que
alguns setores expressam sua preocupação com relação à possibilidade de surgimento de novos casos
de malformações congênitas, semelhantes aos induzidos pela talidomida, caso a comercialização de
tais análogos venha a ser liberada.