O ritmo do encantamento entre os indígenas do Alto Sertão de Alagoas segundo a Antropologia do Gesto de Marcel Jousse

Revista Mundaú

Endereço:
Avenida Lourival Melo Mota - S/n - Tabuleiro do Martins
Maceió / AL
57072-900
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Telefone: (82) 3214-1322
ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

O ritmo do encantamento entre os indígenas do Alto Sertão de Alagoas segundo a Antropologia do Gesto de Marcel Jousse

Ano: 2022 | Volume: 0 | Número: 11
Autores: Moisés Oliveira
Autor Correspondente: Moisés Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Antropologia do Gesto, Indígenas do Sertão, Cosmologia, Ritmo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste trabalho busco apresentar alguns pontos da teoria de Marcel Jousse, em diálogo com o que compreendo pelo processo de encantamento entre os indígenas no Alto Sertão alagoano, Jiripankó, Kalankó, Katokinn, Karuazú e Koiupanká, não se tratando apenas de aspectos cosmológicos e sim suas implicações na materialidade. Com isso observamos a cosmologia em sentido ritual e a interação e organização coletiva por meio do que compreendo enquanto gesto e ritmo na teoria de Marcel Jousse. Para chegar nesse entendimento busquei utilizar a concepção do ritual enquanto forma de facilitar e viabilizar a vida, a partir de uma tríade que compõem o Praiá, os seres encantados dos Pankararu (tronco) e sua/s descendência/s (rama/s). Dessa forma, em acordo com Jousse vejo no gesto a motivação de produção e continuidade de existências desses povos, um gesto indígena e sertanejo. Esse é um estudo etnográfico e para fundamentação teórica são utilizadas transcrições de exposições orais de Jousse, também as reflexões acerca deste autor realizadas nos seminários “La vida de los Gestos” na Universidad Nacional Autônoma de México-UNAM.



Resumo Inglês:

In this paper I seek to present some points of Marcel Jousse's theory, in dialogue with what I understand about the process of enchantment among the indigenous peoples of Alto Sertão Alagoas, Jiripankó, Kalankó, Katokinn, Karuazú and Koiupanká, not only dealing with cosmological aspects, but also their implications in materiality. With this we observe cosmology in a ritual sense and the interaction and collective organisation through what I understand as gesture and rhythm in Marcel Jousse's theory. To arrive at this understanding I sought to use the conception of ritual as a form of facilitating and making life possible, starting from a triad that comprises Praiá, the enchanted beings of the Pankararu (trunk) and their descendants/s (branch/s). In this way, in agreement with Jousse, I see in the gesture the motivation for the production and continuity of the existence of these peoples, an indigenous and countryside gesture. This is an ethnographic study and the transcriptions of Jousse's oral presentations are used as a theoretical basis, as well as the reflections on this author made in the seminars "La vida de los Gestos" at the Universidad Nacional Autónoma de México-UNAM.



Resumo Espanhol:

En este trabajo busco presentar algunos puntos de la teoría de Marcel Jousse, en diálogo con lo que entiendo sobre el proceso de encantamiento entre los pueblos indígenas del Alto Sertão Alagoas, Jiripankó, Kalankó, Katokinn, Karuazú y Koiupanká, no sólo tratando los aspectos cosmológicos, sino también sus implicaciones en la materialidad. Con ello observamos la cosmología en un sentido ritual y la interacción y organización colectiva a través de lo que entiendo como gesto y ritmo en la teoría de Marcel Jousse. Para llegar a esta comprensión busqué utilizar la concepción del ritual como una forma de facilitar y hacer posible la vida, partiendo de una tríada que comprende a Praiá, los seres encantados del Pankararu (tronco) y su/s descendiente/s (rama/s). De este modo, de acuerdo con Jousse, veo en el gesto la motivación para la producción y la continuidad de la existencia de estos pueblos, un gesto indígena y campesino. Se trata de un estudio etnográfico y se utilizan como base teórica las transcripciones de las presentaciones orales de Jousse, así como las reflexiones sobre este autor realizadas en los seminarios "La vida de los Gestos" en la Universidad Nacional Autónoma de MéxicoUNAM.



Resumo Francês:

Dans cet article, je cherche à présenter quelques points de la théorie de Marcel Jousse, en dialogue avec ce que je comprends du processus d'enchantement chez les peuples indigènes de l'Alto Sertão Alagoas, Jiripankó, Kalankó, Katokinn, Karuazú et Koiupanká, en traitant non seulement les aspects cosmologiques, mais aussi leurs implications dans la matérialité. Avec cela, nous observons la cosmologie dans un sens rituel et l'interaction et l'organisation collective à travers ce que je comprends comme le geste et le rythme dans la théorie de Marcel Jousse. Pour arriver à cette compréhension, j'ai cherché à utiliser la conception du rituel comme une forme de faciliter et de rendre la vie possible, en partant d'une triade qui comprend Praiá, les êtres enchantés du Pankararu (tronc) et leurs descendants (branche/s). De cette façon, en accord avec Jousse, je vois dans le geste la motivation de la production et de la continuité de l'existence de ces peuples, un geste indigène et paysan. Il s'agit d'une étude ethnographique et les transcriptions des présentations orales de Jousse sont utilisées comme base théorique, ainsi que les réflexions de cet auteur faites dans les séminaires "La vida de los Gestos" à l'Universidad Nacional Autónoma de México-UNAM.