A idéia de que a produção romanesca é uma possibilidade de representação espacial aproxima a Geografia da Literatura. Os romances do escritor Lima Barreto destacados neste artigo são ambientados no Rio de Janeiro entre os séculos XIX e XX, momentos em que a cidade, então Capital Federal, recebe investimentos na intenção de consagrá-la como espaço de modernidade. O momento é o de construção de um imaginário social acerca do país. Trabalha para isso a produção artística de exaltação ao nacionalismo e de crítica ao próprio processo de consolidação de uma política nacional, predominantemente pautada em valores europeus. Um exercício de percepção dos aspectos da modernidade é feito por Lima Barreto, que usa a escrita para representar seu cotidiano.