"O SANGUE DA MINHA LITERATURA É O MEU SANGUE, MAS É O SANGUE DE MUITA, MUITA, MUITA GENTE" - ENTREVISTA COM SILVIANO SANTIAGO

UniLetras

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ISSN: 1983-3431
Editor Chefe: Marly Catarina Soares, Márcia Cristina do Carmo
Início Publicação: 30/04/1979
Periodicidade: Semestral

"O SANGUE DA MINHA LITERATURA É O MEU SANGUE, MAS É O SANGUE DE MUITA, MUITA, MUITA GENTE" - ENTREVISTA COM SILVIANO SANTIAGO

Ano: 2024 | Volume: 46 | Número: Não se aplica
Autores: Gabriela Rocha Rodrigues
Autor Correspondente: Gabriela Rocha Rodrigues | [email protected]

Palavras-chave: arquivo, memória, liberdade, impressões gracilianas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A entrevista com o escritor Silviano Santiago, realizada para a minha tese de doutorado (Rodrigues, 2019), versa sobre o processo de criação da personagem Graciliano Ramos, na obra Em liberdade (1981). A partir da leitura de Mal de arquivo (2001), de Jacques Derrida, cunhamos o termo impressão graciliana a fim de buscar os rastros deixados por Graciliano Ramos na escrita de Silviano. Verificamos que as impressões gracilianas apresentam-se como: impressão enquanto marca grafada no corpo – o cárcere; impressão enquanto escritura – o mal de arquivo; impressão enquanto herança – o papel do intelectual. Silviano assume o lugar do Outro para falar de si e adota o viés da superabundância nietzschiana como afirmação de vida e de criação artística. O escritor faz uma reflexão sobre os mecanismos de poder que fundamentaram períodos históricos importantes de nosso país e responde a Graciliano, à sua herança, às impressões deixadas por ele, aliando-se às suas reflexões quanto ao compromisso social do artista.



Resumo Inglês:

The interview with the writer Silviano Santiago, conducted for my doctoral thesis (RODRIGUES, 2019), deals with the process of creating the character of Graciliano Ramos, in the work Em liberdade (1981). From the reading of Jacques Derrida’s Mal de Arquivo (2001), we coined the term Gracilian impression in order to search for the traces left by Graciliano Ramos in Silviano’s writing. We found that Gracilian prints are presented as: impression as a mark written on the body –prison; printing as writing – the evil of the archive; Impression as inheritance – the role of the intellectual. Silviano takes the place of the other to talk about himself and adopts the bias of Nietzschean superabundance as an affirmation of life and artistic creation. The writer reflects on the mechanisms of power that underpinned important historical periods in our country and responds to Graciliano, to his legacy, to the impressions left by him, allying himself with his reflections on commitment of the artist.