O presente artigo objetiva avaliar como o escritor e político brasileiro, José de Alencar, compreendia a instituição escravista no Brasil, eliminada após três séculos escudando as relações econômicas, sociais e políticas no país. Para o romancista, o sistema não deveria ser erradicado através de ações governamentais, já que acreditava que sua eliminação ocorreria por meio de relações pacíficas entre senhores e escravos; cabendo ao primeiro a tarefa de civilizar o elemento africano encaminhado ao novo continente como mercadoria a ser explorada até a exaustão física. Já o escravo estava destinado ao eterno agradecimento paternalista ao europeu, por este tê-lo auxiliado a deixar sua condição inferior em relação ao seu proprietário. O romancista defendeu essa posição em vários de seus discursos políticos, cartas enviadas ao Imperador e também em algumas de suas obras, como O trono do Ipê. Desta forma, entendia que as consequências do escravismo seriam positivas para a raça africana.
This article has the objective to evaluate how the Brazilian writer and political, José de Alencar, understood the slave institution in Brazil, eliminated after three centuries supporting up the economic relations, social and political in the country. For the novelist, the system should not be eradicated through governmental actions, because he believed its elimination would happen through of peaceful relations between masters and slaves; being the task of the masters civilize the African element sent to the new continent as a commodity to be explored until the physical exhaustion. For the slave, it was destined for the eternal paternalistic gratitude to the European, by this has assisted him to leave his inferior status in relation of his owner. The novelist defended this position in several of his political speeches, in letters to the imperator and in some of his works, as in “O tronco do Ipê”. In this way, he understood the consequences of slavery would be positive for the African race.