O texto resulta de pesquisa na qual trato da representação polÃtica do sujeito
enunciador do discurso de Lula (DL), no espaço-tempo 2003-2006. Analiso o processo de
representação polÃtica quando o sujeito enunciador do DL silencia o “euâ€, “o Lula†e, por
conseguinte, “o Presidente Lulaâ€, assumindo um “nós†polÃtico e referenciando uma terceira
pessoa do singular, atualizada por “o Governoâ€, “o Presidente da Repúblicaâ€, “o Governo
Federalâ€, etc. que pode ser substituÃda pelo “nósâ€. A compreensão é a de que, na função
enunciativa de Presidente da República, essa maneira de o sujeito representar-se o distancia de
sua subjetividade, abrigando-o à sombra do lugar social em que está inscrito. No entanto, o
entrelaçamento simultâneo que ocorre entre essas duas formas de representação (o “nós†e a
terceira pessoa do singular) não permite que se fale em total apagamento, em total
neutralização, nem em um completo esvaziamento de sua subjetividade.
This text results from the research in which I deal with the political representation of
the uttering subject in Lula’s discourse (LD), in the space-time 2003-2006. I analyze the
process of political representation when the uttering subject in LD silences “Iâ€, “Lula†and
consequently “President Lulaâ€, assuming a political “we†and using the third person singular,
updated as “the Governmentâ€, “the President of the Republicâ€, “the Federal Governmentâ€,
etc., which can be replaced by “weâ€. I understand that, in the uttering function of President of
the Republic, the manner in which the subject represents himself distances him from his
subjectivity, sheltering him in the shadow of the social place to which he belongs. However,
the simultaneous interweaving of those two forms of representations ("we" and the third
person singular) does not allow us to speak of total erasing, of total neutralization, nor of a
complete empting of his subjectivity.