Esse artigo trata das implicações e dimensões institucionais por detrás da adoção do sistema koban japonês pela Polícia Militardo Estado de São Paulo (PMESP). O autor observa a evolução dessa organização, de uma situação de vago entendimento paraa aplicação de práticas mais precisas de policiamento comunitário. Nesse contexto é que surge a decisão de procurar, adotare implementar um modelo estrangeiro de policiamento – o sistema koban japonês . Os líderes da PMESP estão preocupadoscom a evolução da polícia como um todo, incluindo suas aspirações e competências, como meio de legitimar a existência dainstituição. Por meio do koban, a liderança institucional da PMESP teve um papel fundamental no processo de implementação dopoliciamento comunitário. Por fim, a adoção da modalidade de koban certamente tem origens numa reconhecida necessidadede melhorar o desempenho institucional e a moral da PMESP; mas sua contribuição principal, mais que técnica, é a de auxiliarna construção deste novo organismo social integrado: o policiamento comunitário no Brasil.