O sufixo *-lli na toponímia andina sul do Peru: traços de uma língua ancestral aimará da bacia de Velille?

LIAMES

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ISSN: 2177-7160
Editor Chefe: Angel Corbera Mori
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

O sufixo *-lli na toponímia andina sul do Peru: traços de uma língua ancestral aimará da bacia de Velille?

Ano: 2022 | Volume: 22 | Número: Não se aplica
Autores: Cajavilca, Erik
Autor Correspondente: Erik Cajavilca | [email protected]

Palavras-chave: Toponímia andina, Nominalização denominativa, Aimará, Puquina, Chumbivilcas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Um achado interessante é a presença de topônimos recorrentes nos Andes do sul do Peru, que terminam em <lli>/<lle>, muitos deles concentrados no sul de Cuzco e no norte de Arequipa, berço ancestral dos Chumbivilcas e Collagas. Em vista de seu caráter de fechamento de elemento lexical, é sem dúvida um sufixo nominalizador com a forma *-lli /-ʎi/. A análise aqui apresentada revelou uma grande produtividade morfológica do *-lli, que foi aplicado tanto a substantivos quanto a verbos, produzindo topônimos com os sentidos de 'lugar', 'abundância' e 'qualidade'. Além disso, sua homologia formal e parcialmente semântica com a agentiva deverbativa aimará -ri aponta para uma origem comum. No entanto, a multifuncionalidade e não seletividade de *-lli está muito acima do comportamento dos nominalizadores aimará modernos que são regularmente seletivos. Em relação à língua que a utilizou, estabeleceu-se um vínculo genético com o (proto) aimará de Vilcas, baseado na presença de *-lli sufixando principalmente as raízes aimará e quíchua. Da mesma forma, o padrão da pegada densa dos topônimos com epicentro na bacia superior e média do rio Velille reflete a presença de um grupo idiomático homogêneo, que provavelmente coexistiu com um dialeto Puquina. Essa consideração exige mais estudos sobre o papel e a presença de Puquina na região para comprovar não apenas a influência fonética de Puquina /ɾ/ > [ʎ], mas também um efeito de superstrato.



Resumo Inglês:

An interesting finding is the presence of recurring place names in the southern Peruvian Andes that end in <lli>/<lle>, many of them concentrated in the south of Cuzco and north of Arequipa, the ancestral cradle of the Chumbivilcas and Collagas. In view of its lexical item closing character, it is undoubtedly a nominalizing suffix with the form *-lli/‑ʎi/. The analysis presented here has revealed great morphological productivity of *-lli, which was applied to both nouns and verbs, producing place names with the senses of ‘place’, ‘abundance’, and ‘quality’. In addition to its formal and partly semantic homology with the deverbative agentive Aymara -ri, it points to a common origin. However, the multi-functionality and non-selectivity of *-lliis well above the performance of modern Aymara nominalizers who are regularly selective. Regarding the language that used it, a genetic link with the (proto)Aymara of Vilcas has been established, from the presence of *-llisuffixing mostly to Aymara and Quechua roots. Likewise, the pattern of the dense footprint of place names with an epicenter in the upper and middle basin of the Velille river reflects the presence of a homogeneous idiomatic group, which most likely coexisted with a Puquina dialect. This consideration claims more studies on the role, and presence of Puquina in the region, to prove not only the phonetic influence Puquina /ɾ/ > [ʎ], but also a superstratum effect.



Resumo Espanhol:

Un hallazgo interesante es la presencia de topónimos recurrentes en los Andes del sur peruano que terminan en <lli>/<lle>, muchos de ellos concentrados en el sur de Cuzco y norte de Arequipa, cuna ancestral de los chumbivilcas ycollagas. En atención a su carácter de cierre de elemento léxico, es indudable que se trata de un sufijo nominalizador con la forma *-lli/-ʎi/. El análisis presentado aquí ha revelado una gran productividad morfológica de *-lli, que se aplicaba tanto a nombres como verbos produciendo topónimos con los sentidos de ‘lugar’, ‘abundancia’ y ‘cualidad’. Así también, su homología formal y en parte semántica con el agentivo deverbativo aimara -riapunta hacia un origen en común. No obstante, la multifuncionalidad y no selectividad de *-lliestá muy por encima del comportamiento de los nominalizadores modernos del aimara que son regularmente selectivos. Respecto a la lengua que lo empleaba, se ha establecido, a partir de la presencia de *-llisufijando mayormente a raíces aimara y quechua, un vínculo genético con el (proto)aimara de Vilcas. Asimismo, el patrón de la huella densa de los topónimos con epicentro en la cuenca alta y media del río Velille refleja la presencia de un grupo idiomático homogéneo, que coexistió muy probablemente con un dialecto puquina. Esta consideración reclama más estudios sobre el rol y la presencia puquina en la región para probar no solo el influjo fonético puquina /ɾ/ > [ʎ], sino también un efecto de superestrato.