Neste estudo, que recorta e aprofunda uma pesquisa mais ampla (LUNKES, 2014), situaremos algumas discursividades sobre trabalho cujo funcionamento fortalece os efeitos de evidência (PÊCHEUX, 2009 [1975]) nas relações de sentidos que o sujeito estabelece com o trabalho e com a necessidade de uso de medicamento. Veremos que o trabalho comparece como um modo pelo qual o sujeito alcança valorização na formação social capitalista. Segundo Orlandi (2007, p. 15), esta formação social de “cultura heroica do sujeito†funciona coercitivamente e torna-o responsável pelo sucesso ou fracasso de seus empreendimentos. Deste modo, além de corroborar para um quadro social de medicalização (BARROS, 2004), há diferentes direções nas produções de sentidos sobre o quadro depressivo.