O tabu da morte na modernidade: a COVID-19 como um reforço ao interdito

Caminhos de Diálogo

Endereço:
Rua Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho
Curitiba / PR
80215-901
Site: https://periodicos.pucpr.br/index.php/caminhosdedialogo/index
Telefone: (41) 3271-1359
ISSN: 2595-8208
Editor Chefe: Elias Wolff
Início Publicação: 01/07/2013
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Teologia

O tabu da morte na modernidade: a COVID-19 como um reforço ao interdito

Ano: 2020 | Volume: 8 | Número: 13
Autores: Blanches de Paula, Lindolfo Alexandre de Souza
Autor Correspondente: Blanches de Paula | [email protected]

Palavras-chave: COVID-19, modernidade, morte, tabu

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste trabalho é refletir de que forma a pandemia da COVID-19, principalmente no aspecto do tratamento dado à doença por autoridades públicas, pode reforçar a perspectiva moderna de conceber a morte como um tema tabu. Para tanto, faz-se importante tomar Ariès (2017) como referencial teórico e apresentar as diferentes atitudes diante da morte propostas por esse autor: morte domada, morte de si mesmo, morte do outro, morte interdita e morte invertida. Ao retomar tais perspectivas, o artigo dá ênfase às duas últimas, as quais são importantes para contextualizar a morte como tabu em um contexto de modernidade. Em seguida, o texto pretende discutir em que medida uma leitura negacionista da pandemia da COVID-19, presente em discursos governamentais, contribui para um processo de reforço à dimensão da morte como interdito, com ênfase à banalização da morte e ao silenciamento do luto na sociedade.



Resumo Inglês:

This paper aims to reflect on how the COVID-19 pandemic, especially in terms of the handling of the disease by public authorities, can reinforce the modern perspective of conceiving death as a taboo. For that, it is important to take Ariès (2017) as a theoretical reference and present the different attitudes towards death proposed by this author: tamed death, death of oneself, death of the other, interdicted death, and inverted death. In resuming these perspectives, the article emphasizes the last two, which are essential to contextualize death as a taboo in modernity. Then, the text discusses the extent to which a negative reading of the pandemic of COVID-19, present in government speeches, contributes to a process of reinforcing the dimension of death as banned, with an emphasis on trivializing death and silencing mourning in society.