Mais do que o dia, era a noite que lhe dava o que contar. Contava, por exemplo, que a alma do seu pai havia pedido para ele não deixar os estudos. De fato, ele não deixou, mas o mais interessante é que história continua e, além de continuar, se encerra profética: falando sobre o sonho, ele conseguiu o apoio de um padrinho para iniciar e concluir a formação no Seminário de Fortaleza. Em pauta, portanto, o poder da narrativa: para convencer o padrinho, primeiramente. Depois, para dar um sentido religioso à vida de quem contava. No engate dos fios, a trama estava segura: um fato gerava o outro. Daí a coerência da boa narrativa, com começo (o sonho), meio (o padrinho) e fim (o seminário). Melhor do que isso, porém, foi pôr o enredo como preâmbulo de uma história maior: a história de Juazeiro do Norte.