No presente artigo, objetivou-se em analisar o simbolismo cromático do design da capa de disco (LP – Long Play) do músico Tom Zé, produzida no ano de 1968, durante o movimento Tropicália no Brasil. Para tanto, foi utilizada uma abordagem semiótica como metodologia de análise de conteúdo, onde se constatou o uso da cor como instrumento propagador de mensagem perante as mudanças sócio-político-culturais dessa época, veiculando em sua retórica uma mensagem crítica perante a sociedade. A pesquisa chegou à conclusão de que o simbolismo cromático aplicado nessa capa pode expressar uma mensagem que está relacionada a alguns aspectos presentes na sociedade de consumo e na vivência cotidiana do indivíduo: o conceito que se convencionou no imaginário popular de que as cores saturadas e contrastantes são aspectos simbólicos de bem-estar e felicidade, os quais contribuem com as vendas e com a feição de que está tudo bem; de tal modo, por um lado, a “ironia” presente no plano de conteúdo se configura no plano de expressão de forma persuasiva; por outro, a essência e aparência representadas pela “antítese” simbólica das cores desenvolvem um embate antagônico neste mesmo plano de conteúdo, causando reflexão.
In this article, the objective was to analyze the chromatic symbolism of the cover design (LP -Long Play) of the musician Tom Zé, produced in 1968, during the Tropicália movement in Brazil. In order to do so, a semiotic approach was used as a methodology for content analysis, in which the use of color as a message-propagating instrument was verified in the face of socio-political-cultural changes of that time, conveying a critical message to society in its rhetoric. The research came to the conclusion that the chromatic symbolism applied in this cover can express a message that is related to some aspects present in the society of consumption and in the daily life of the individual: the concept that was agreed in the popular imaginary that saturated and contrasting colors are symbolic aspects of well-being and happiness, which contribute to sales and in the sense that everything is fine; so, on the one hand, the "irony" present in the content plane is configured in the plane of expression persuasively; on the other hand, the essence and appearance represented by the symbolic "antithesis" of colors develop an antagonistic clash in the same content plane, causing reflection.