Cartografamos o discurso político em que se articula o trabalho com ações de atenção em saúde.
No Brasil, o universo legal da saúde mental que trata do trabalho distingue-se em anterior e
posterior à Reforma Psiquiátrica. Antes, juridicamente sustentadas, as atividades de trabalho eram
um instrumento de medida da ocupação do tempo livre e de avaliação da eficácia dos tratamentos
manicomiais. Após a Reforma, a presença do trabalho como estratégia de atenção é crescente. A
produção discursiva legal da saúde mental assumiu diretrizes como a reabilitação psicossocial e a
restauração da cidadania, utilizando, como proposta, a (re)inclusão social pelo trabalho. No entanto
as políticas trazem uma heterogeneidade conceitual do que se considera trabalho, com poucos
esclarecimentos de suas condições concretas, aspectos que dificultam que o trabalho como estratégia
de atenção propicie a (re)invenção do sofrimento psíquico intenso.
We map the political discourse in which work is articulated with health care actions. In Brazil, the legal
universe of mental health that addresses work is divided in before and after the Psychiatric Reform.
Previously, legally supported work activities were an instrument for measuring leisure time occupation
and evaluating the effectiveness of asylum treatments. After the Reform, the presence of work as a
care strategy has increased. The legal discursive production of mental health has taken on guidelines
such as psychosocial rehabilitation and restoration of citizenship, using, as one of the instruments,
social (re)inclusion through work. However, policies present a conceptual heterogeneity of what is
considered work, with little clarification of its concrete conditions, aspects that make it difficult for
work as a care strategy to foster the (re)invention of intense psychic suffering.
Mapeamos el discurso político en el que el trabajo se articula con las acciones de atención médica. En
Brasil, el universo legal de la salud mental que se ocupa del trabajo se distingue antes y después de la
Reforma Psiquiátrica. Anteriormente, las actividades laborales con apoyo legal eran un instrumento
para medir la ocupación del tiempo libre y evaluar la efectividad de los tratamientos de asilo. Después
de la Reforma, la presencia del trabajo como estrategia de atención está aumentando. La producción
discursiva legal de la salud mental asumió pautas tales como la rehabilitación psicosocial y la
restauración de la ciudadanía, utilizando, como uno de los instrumentos, la (re)inclusión social a través
del trabajo. Sin embargo, las políticas aportan una heterogeneidad conceptual de lo que se considera
trabajo, con poca aclaración de sus condiciones concretas, aspectos que dificultan el trabajo como
estrategia de atención para propiciar la (re)invención del intenso sufrimiento psíquico.