O debate sobre o trabalho doméstico ganhou força no campo marxista durante a década de 1970, na esteira do ressurgimento dos movimentos organizados de mulheres por direitos no mundo capitalista central. O trabalho que aqui se apresenta revisitou esse debate a partir da exposição e análise da interlocução, em uma sequência de artigos, entre Wally Seccombe (1974; 1975) e Coulson et al (1975) nas páginas do periódico britânico New Left Review em torno da criação de valor pelo trabalho doméstico não remunerado. Consideram-se as posições defendidas por esses autores como representativas de um contraponto de posições recorrente em diversos momentos do debate sobre trabalho doméstico como um todo. Recorre-se por fim a Miles (1983), Rubin (1993), Carrasco (2001) e Himmelweit (1995) para compreender, a partir desses exemplos, as limitações dos termos em que foi travado o debate e seus possíveis desdobramentos frente aos avanços teóricos ocorridos desde então.