O Tribunal de Contas e a ausência de competência para determinar retenção de pagamentos em contratos administrativos

Revista de Direito Administrativo e Infraestrutura | RDAI

Endereço:
Rua Gomes de Carvalho - 1510 – 9º andar - Vila Olímpia
São Paulo / SP
04547-005
Site: https://rdai.com.br/
Telefone: (05) 5113-0587
ISSN: 2526-8120 / 2675-9527
Editor Chefe: Alexandre Godoy Dotta
Início Publicação: 04/05/2017
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Planejamento urbano e regional, Área de Estudo: Engenharias

O Tribunal de Contas e a ausência de competência para determinar retenção de pagamentos em contratos administrativos

Ano: 2020 | Volume: 4 | Número: 14
Autores: Giuseppe Giamundo Neto
Autor Correspondente: Giuseppe Giamundo Neto | [email protected]

Palavras-chave: Tribunal de Contas da União, competências constitucionais, medida cautelar, contrato administrativo, retenção de pagamentos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A adoção, pelo Tribunal de Contas da União, de medida cautelar de retenção de pagamentos em contratos administrativos não encontra guarida na ordem constitucional. Reter pagamentos, ainda que parcialmente, nada mais é do que sustar a execução financeira do contrato. E a competência originária para sustar contrato administrativo é do Congresso Nacional (CF, art. 71, § 1º). Compelir o particular contratado a executar o mesmo escopo físico por uma contraprestação financeira inferior à que se obrigou ao apresentar sua proposta e se sagrar vencedor do certame licitatório fere, ainda, o art. 37, XXI, da Constituição Federal, que assegura a manutenção das condições efetivas da proposta apresentada. Por este fundamento, aliás, sequer o Congresso Nacional teria competência para sustar parcialmente a execução financeira do contrato (como é o caso das retenções). A ele somente cabe sustar o contrato em sua integralidade, nas dimensões física e financeira conjuntamente.



Resumo Inglês:

lhe adoption, by Federal Court of Ac-counts (TCU -Brazil), of a provisional measure of retention payments dueto contracted in admin-istrative contracts is not covered by the brazilian constitutinal arder. Retaining payments, even if partially, is nothing more than to halt the financial execution of the contract. And the original com-petence to suspend administrative contracts is the Brazilian National Congress (FC, art. 71, § 1°). Obliging the contracted partyto perform the sarne physical object for a pecuniary compensation in-ferior to the one proposed in the bidding process disrespects still the art. 3 7, XXI, of the Federal Con-stitution). wich ensures the maintenance of the effective conditions of the proposal presented. Moreover, even the Brazilian National Congress would not have the constitucional power to par-tially suspend the financial execution of the ad-ministrative contract (as in the case of retentions). lt is only up to him to stop the administrative con-tract in its entirety, in the physical and financial dimensions together