O presente artigo traz um relato de pesquisa que faz parte da dissertação de mestrado desenvolvida entre 2014 e 2016, apresentando uma investigação com o objetivo de descobrir como o estímulo tátil de crianças com deficiência visual está sendo trabalhado por meio do vestuário. Partimos de uma pesquisa de campo exploratória descritiva e qualitativa, a qual foi aplicada por meio de questionários com os pais e professores das crianças que estudam em uma Associação para pessoas com deficiência visual no município de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, que atende a cidade e a região vizinha. Constatamos que os pais abordados acreditam no potencial das roupas como estimuladoras da experiência tátil e da independência no vestir-se e despir-se dos filhos com deficiência, ainda que não priorizem a presença de elementos táteis. De forma semelhante, as Educadoras inqueridas afirmaram que o vestuário pode ser pedagógico, embora não explorem e nem auxiliem os pais a utilizar esse recurso. Podemos concluir que pais e educadores deixam de explorar as potencialidades do vestuário, pois não estimulam as crianças a usá-lo como meio de aprendizagem. Assim, notamos a necessidade de orientação sobre a capacidade das experiências e aprendizagens embutidas nos elementos das roupas, objeto de uso cotidiano.
This article presents a research report that is part of the masters dissertation developed between 2014 and 2016, presenting an investigation with the objective of discovering how the tactile stimulus of children with visual impairment is being worked through the garment. We started with a descriptive and qualitative exploratory field research, which was applied through questionnaires with the parents and teachers of the children who study in an Association for visually impaired people in the city of Ribeirão Preto, in the interior of the state of São Paulo, which serves the city and the surrounding region. We found that the parents approached believe in the potential of clothing as a stimulator of tactile experience and independence in dressing and stripping of children with disabilities, even though they do not prioritize the presence of tactile elements. Similarly, the Inmate Educators have stated that clothing can be pedagogical, although they do not exploit or assist parents in using this resource. We can conclude that parents and educators fail to explore the potential of clothing as they do not encourage children to use it as a means of learning. Thus, we note the need for guidance on the capacity of the experiences and learning embedded in the elements of the clothes, object of daily use.