O "veneno" e a adrenalina na "vida do crime": corpo, emoções e subjetivação

ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste

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ISSN: 2358-5587
Editor Chefe: Marcos Aurélio da Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

O "veneno" e a adrenalina na "vida do crime": corpo, emoções e subjetivação

Ano: 2019 | Volume: 6 | Número: 12
Autores: Danielli Vieira
Autor Correspondente: Danielli Vieira | aceno.revistadeantropologia@gmail.com

Palavras-chave: emoções; adolescentes “em conflito com a lei”; narrativas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo apresenta dois conjuntos de sensações, emoções que perpassam a experiência na “vida do crime” a partir de duas pesquisas de campo centradas em narrativas de adolescentes que cumpriam medidas socioeducativas. Trata-se de uma aproximação a uma experiência em que se vive, ao mesmo tempo, “no veneno” – com sensações que misturam angústia, sofrimento, raiva e tristeza – e na intensidade de uma “vida loka” marcada por adrenalina, presenteísmo, “alterações” via uso de drogas. Discute-se, ainda, a função terapêutica da narrativa como forma de desabafo, bem como a elaboração do “veneno”, dos castigos e torturas sofridos, em termos de “fortalecimento”. O aspecto da medicalização compulsória dos adolescentes também é apresentado. Corpos, vidas, que têm um destino certo: “hospital, cadeia e caixão”, mas que são constituídas – via processos de subjetivação e de uma série de resistências - como vidas que valem a pena ser vividas.



Resumo Inglês:

The article presents two sets of sensations, emotions that permeate the experience in the “life of crime” based on two field researches centered on the narratives of adolescents who fulfilled socio-educational measures. It is an approximation to an experience in which one lives, at the same time, “in poison” - with sensations that mix anguish, suffering, anger and sadness - and in the intensity of a “loka life” marked by adrenaline, presenteeism, “Changes” via drug use. The therapeutic function of the narrative as a form of outburst is also discussed, as well as the elaboration of the "poison", the punishments and tortures suffered, in terms of "strengthening". The aspect of compulsory medicalization of adolescents is also presented. Bodies, lives, which have a certain destination: “hospital, jail and coffin”, but which are constituted - via processes of subjectivity and a series of resistances - as lives that are worth living.



Resumo Espanhol:

El artículo presenta dos conjuntos de sensaciones, emociones que impregnan la experiencia en la "vida del crimen" basada en dos investigaciones de campo centradas en las narrativas de adolescentes que cumplieron con medidas socioeducativas. Es una aproximación a una experiencia en la que uno vive, al mismo tiempo, "en veneno", con sensaciones que mezclan angustia, sufrimiento, ira y tristeza, y en la intensidad de una "vida loka" marcada por la adrenalina, el presentismo, "Cambios" a través del uso de drogas. También se discute la función terapéutica de la narración como una forma de explosión, así como la elaboración del "veneno", los castigos y las torturas sufridas, en términos de "fortalecimiento". También se presenta el aspecto de la medicalización obligatoria de los adolescentes. Cuerpos, vidas, que tienen un destino determinado: "hospital, cárcel y ataúd", pero que se constituyen, a través de procesos de subjetividad y una serie de resistencias, como vidas que vale la pena vivir.



Resumo Francês:

L'article présente deux ensembles de sensations, d'émotions qui imprègnent l'expérience de la «vie du crime» à partir de deux recherches de terrain centrées sur les récits d'adolescents qui ont rempli des mesures socio-éducatives. C'est une approximation d'une expérience dans laquelle on vit à la fois «en poison» - avec des sensations qui mêlent angoisse, souffrance, colère et tristesse - et dans l'intensité d'une «vie de loka» marquée par l'adrénaline, le présentéisme, «Changements» via la consommation de drogues. La fonction thérapeutique du récit comme forme de déchaînement est également discutée, ainsi que l'élaboration du «poison», les punitions et les tortures subies, en termes de «renforcement». L'aspect de la médicalisation obligatoire des adolescents est également présenté. Des corps, des vies, qui ont une certaine destination: «l'hôpital, la prison et le cercueil», mais qui se constituent - via des processus de subjectivité et une série de résistances - comme des vies qui valent la peine d'être vécues.